A necessidade de a Saúde ser compreendida como central para o crescimento sustentável da economia do país foi defendida pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em seu discurso de posse (3/1). “Por mais que tenhamos consciência da importância do SUS, esse grande projeto de inclusão social, ainda persiste, por vezes, o sentimento de que a Saúde não está no centro da agenda de desenvolvimento”, observou o ministro, logo no início de sua fala. “Nunca um presidente da República na sua mensagem inicial ao povo brasileiro se comprometeu tão fortemente com a consolidação e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, disse, referindo-se a um dos compromissos assumidos pela presidenta Dilma Rousseff.
Padilha ressaltou que iniciativas como o Bolsa Família e metas como a evolução na Educação Básica só se concretizam em parceria com a Saúde e seus trabalhadores. “Nós sabemos que esse país não cresce sem a força dos mais de quase 10 milhões de trabalhadores da Saúde espalhados por várias cidades”, afirmou. “Não queremos só o Brasil como a quinta economia do mundo. Queremos que o conjunto do povo brasileiro se sinta parte dessa quinta economia do mundo”.
Padilha comprometeu-se — e os jornais de maior circulação optaram por destacar, em detrimento do restante da fala do ministro — a buscar reduzir o tempo de espera por atendimento no SUS. Ele lembrou que os dados da Pnad indicam que 86% dos atendidos no SUS consideram o sistema satisfatório. “As pessoas só dizem que é satisfatório quando entram. E a grande reclamação é exatamente o não acesso, a espera, a demora”, analisou. “Tenho, como ministro da Saúde, uma obsessão: perseguir a garantia do acolhimento de qualidade em tempo adequado às necessidades de saúde daquelas pessoas. Este tem que ser um objetivo quase único deste Ministério” .
O ministro propôs também a criação de um indicador nacional de qualidade, conhecido de toda a população e convocou governadores, prefeitos e secretários a um esforço em prol de se consolidar o “modelo de pactuação” e de “política pública interfederativa” que caracteriza o SUS. “Foi importante o processo de descentralização, mas sabemos que a integralidade só se constrói quando você tem uma rede de atenção à saúde, de vários níveis”. O diálogo com estados e municípios deverá se dar em prol também do financiamento da saúde, e da regulamentação da Emenda Constitucional 29. “Nós precisamos ter regras claras de financiamento sustentável”, afirmou, apontando que deverá ficar claro também qual é o volume de recursos que cada nível da Federação tem que investir, “e o que é investimento em saúde neste país”. O novo ministro abordou, ainda, a questão da saúde suplementar, que, afirmou, não pode ser negligenciada pela saúde pública e com a qual deverá ser construída um agenda comum.
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