quarta-feira, 13 de abril de 2011

READEQUAÇÃO DO SUS

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (12) que o governo prepara uma reformulação no Sistema Único de Saúde (SUS) para acompanhar as mudanças que a sociedade brasileira vem passando desde que o sistema foi previsto na Constituição de 1988. De acordo com o ministro, que participou de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, a baixa taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida da população, que saltou de 62 anos, na década de 80, para 73 anos em 2010, modificaram as prioridades da população em relação ao acesso à saúde pública.
O ministro fez um balanço das medidas que o governo vem adotando para dar conta da demanda de saúde pública no país e listou as ações voltadas para o controle e combate às fraudes na aplicação dos recursos públicos. Entre as medidas de controle, o ministro citou a criação de um site da transparência, em funcionamento desde o último dia 7, onde a população pode acompanhar todos os repasses financeiros para estados e municípios para a área da saúde.
O deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA) ressaltou a importância do aprimoramento do SUS e parabenizou o ministério pelo site da transparência. "Cada gestão, ainda que seja do mesmo gestor reeleito, apresenta novos desafios. Aquilo que não foi possível resolver no governo Lula é desafio para o governo da presidenta Dilma. Estamos satisfeitos com a adoção de novos instrumentos de controle do dinheiro público, que vai permitir que a sociedade civil organizada, vereadores e deputados fiscalizem a transferência de recursos para estados e municípios", destacou.
A expectativa, na avaliação do deputado Weliton Prado (PT-MG), é de que a saúde pública do país melhore a partir das mudanças em curso no setor. "Os problemas de saúde no Brasil são complexos e estão entre as maiores preocupações da população. O presidente Lula assumiu uma herança maldita no setor e conseguiu avançar bastante. Não temos dúvida de que a presidenta Dilma alcançará ainda mais melhorias no atendimento à população brasileira", disse.
HIV/Aids
Durante a audiência, o ministro informou que o fornecimento de medicamentos para os cerca de 200 mil portadores do vírus HIV está normalizado. Padilha contestou dados veiculados na imprensa de desabastecimento de três dos antivirais fornecidos para os portadores da doença. Segundo o ministro, apenas um dos medicamentos (atazanavir) ficou em falta na rede pública entre 10 a 15 dias no início do mês de março. "Nunca houve falta dos antivirais saquinavir e didadosina. O que houve foi um fracionamento do estoque. Com isso, os usuários receberam os medicamentos para um prazo mais curto", explicou Padilha.
Obesidade
Padilha apresentou ainda aos parlamentares dados inéditos de uma pesquisa realizada pelo ministério sobre o excesso de peso da população brasileira. Segundo o ministro, 48,1% da população está acima do peso e 15% esta obesa. A pesquisa, que foi feita nas principais capitais do país, também revelou que 20% da população brasileira sofre de hipertensão e 18% tem consumo excessivo de álcool. Padilha adiantou que os dados já estão norteando a construção das políticas públicas de saúde no país.
 

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