terça-feira, 17 de maio de 2011

Crédito a produtor familiar avança mas perde espaço em uma década
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O financiamento oficial à agricultura familiar quadruplicou em uma década mas, desde 2008, perde espaço no orçamento federal e, hoje, dentro da política de crédito do governo para todo o setor rural, representa menos da metade do que representava há dez anos. E a tendência é que essa proporção caia, quando o governo anunciar o plano safra 2011-2012, nas próximas semanas.
Maior sindicato do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realiza a partir desta terça-feira (17/05) sua marcha anual de reinvindicações, o Grito da Terra, pedindo que o financiamento à agricultura familiar seja igual ao da última safra. A entidade acredita que, agora, é mais importante cobrar recursos para "garantir renda ao produtor" do que exigir ampliação de uma linha de crédito que o segmento não consegue aproveitar na totalidade.
No ano passado, o governo reservou R$ 16 bilhões para a agricultura familiar no plano 2010-2011. A agricultura comercial ficou com R$ 100 bilhões. A fatia "familiar" correspondeu a 14% do total de R$ 116 bilhões destinados à agropecuária. Na safra 2000-2001, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) levara 33% dos recursos. Foram R$ 4 bilhões, de um total de R$ 12 bilhões, de acordo com o ministério da Agricultura.
A queda na proporção da agricultura familiar dentro dos financiamentos oficiais ao setor rural, ao longo da década passada, ocorreu mesmo que os pequenos tenham sempre recebido mais dinheiro do que no ano anterior. O orçamento do Pronaf aumentou quatro vezes (de R$ 4 bilhões, em 2000-2001, para R$ 16 bilhões) em dez anos. Já a verba dirigida à agricultura comercial cresceu a uma velocidade duas vezes superior. Passou de R$ 12 bilhões para R$ 100 bilhões.
“Enxergamos essa realidade como o avanço do agronegócio no Brasil. Nos últimos anos, o governo tem dado prioridade ao superávit na balança comercial e depende das exportações de commodities para isso”, diz o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris

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