domingo, 1 de maio de 2011

‘Se não tomar cuidado, PSDB será varrido do mapa’, diz tucano


Floriano Pesaro, líder do PSDB na Câmara de São Paulo, pede posicionamento de caciques para conter crise


Simone Sartori
Direto de São Paulo
O vereador Floriano Pesaro, líder da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, demonstra preocupação com a instabilidade da legenda na capital paulista. Para o tucano, o partido pode ser “varrido do mapa” se não repensar a atuação da militância e “abrir o partido” para um debate político e ideológico. Pesaro diz ainda que o principal adversário, o PT, está “feliz da vida” com a crise da oposição.
“É talvez uma das maiores crises da história recente do partido. E não é uma crise só em São Paulo, é uma crise nacional, uma crise municipal, uma crise que está em outros Estados. Conversando com partidários do Mato Grosso do Sul, me contaram que o PSDB acabou (no Estado), não existe mais. Marisa Serrano está saindo do Senado e indo para o Tribunal de Contas. O suplente já é ligado ao PMDB do (governador) André Pucinelli. O PSDB, se não tomar cuidado, vai ser varrido do mapa, e o nosso principal adversário, que é o PT, está feliz da vida com o que está acontecendo em São Paulo. Parte da militância partidária (do PSDB) joga a favor do PT e não percebe”, desabafa o líder tucano.
Floriano Pesaro avalia que a crise tucana serve para fortalecer o nome do prefeito Gilberto Kassab, que deixou o DEM, criou o PSD e não descartaria uma fusão desses dois partidos, conforme declaração do presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). A trama partidária para as próximas eleições fica ainda mais confusa quando, em meio a uma crise no berço do partido tucano, o governador Geraldo Alckmin declara “ver com bons olhos” a fusão de PSDB, DEM e PPS. “Esse é um assunto a ser aprofundado. Eu vejo com bons olhos, mas isso não tem pressa, não precisa ser feito agora. É uma discussão partidária”, afirmou o governador paulista no último dia 28 de abril. Fernando Henrique também admitiu essa hipótese.
Antes mesmo da declaração de Alckmin, Pesaro se disse surpreso com a falta de posicionamento dos caciques de seu partido sobre o atual momento do PSDB em São Paulo. O vereador defende a “oxigenação” da militância e nega qualquer possibilidade de deixar o PSDB. Ele disse acreditar que o papel de Alckmin, Serra e FHC deve ser o de pregar a união.
“O que me surpreendeu nesse processo (da falta de acordo sobre a composição da Executiva municipal até a debandada de seis vereadores), foi a ausência das lideranças maiores que nós temos, leia-se Geraldo Alckmin, José Serra e Fernando Henrique Cardoso. O governador entra apenas no final do processo, quando já se tem uma crise instalada. Está faltando um posicionamento claro, e esse é um pedido que fazemos aos líderes, que nos ajudem a unir o PSDB, e não desagregar”, afirma o tucano.

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