sábado, 27 de agosto de 2011

A arapuca da "faxina"

Jânio Quadros, o último presidente que empunhou a vassoura da limpeza, teve um mandato bem curto
Leonardo Attuch
Em menos de oito meses, quatro ministros demitidos. E não quaisquer ministros. Os mais importantes. Sim, porque há muito tempo a Fazenda deixou de ser uma área de instabilidade no Brasil. Dilma Rousseff perdeu os chefes da Casa Civil, dos Transportes, da Defesa e, agora, da Agricultura. Um cuidava da articulação de todo o governo, outro das principais obras do PAC, o terceiro do reaparelhamento das Forças Armadas, enquanto o quarto respondia pelo setor que hoje garante 100% do saldo comercial brasileiro. Eis a dimensão das quedas de Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim e Wagner Rossi.
Visto de fora, portanto, o governo Dilma é marcado pela crise permanente. Ainda assim, sua gestão, de acordo com pesquisas recentes, tem uma aprovação popular maior do que a de Lula e de FHC nos últimos quatro mandatos presidenciais. Como entender o paradoxo? Simples. A população adora a “faxina”. Dilma, ao contrário de Lula, teria tolerância zero diante da corrupção, e quem vê de fora aplaude.

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