domingo, 16 de outubro de 2011

O absurdo da greve dos bancários
Salta à vista o absurdo da greve dos bancários, para ter um aumento real de 1,5%. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF), depois de inúmeras rodadas de negociação e sob a pressão do movimento grevista, a proposta de reajuste salarial de 9% será encaminhada para aprovação em assembleias da categoria.

Isso mesmo, esses trabalhadores tiveram que fazer 18 dias de greve para conquistá-lo a duras penas. Já os patrões, os banqueiros, auferem lucros astronômicos e um aumento extraordinário da produtividade, via informatização cada vez maior do sistema, um dos mais modernos do mundo.

Os banqueiros estão mais seguros em suas aplicações de tesouraria, cobrando suas taxas de serviços escorchantes, sem concorrência. Agora tudo indica que o HSBC será comprado pelo Itaú, que já comprou a filial do banco no Chile. E, com a economia brasileira crescendo, o crédito e o consumo em expansão, com um regime tributário dos céus, num mundo cada vez mais hostil e agressivo, o capital financeiro vive numa ilha de prosperidade e cercado de privilégios e regalias.

Migalhas

Essa ilha chama-se Brasil, onde os banqueiros agora, após a greve, pagarão a migalha de R$ 1.400, como piso para um escriturário, e R$ 1.900 para um caixa. São os mesmos que distribuem bônus e pagam salários, que podem até merecer, para seus diretores, em média 400 vezes maior que o piso da categoria, além de dividendos seguros e únicos para seus acionistas. Tudo isso sem falar que seus bancos foram salvos pelo Estado por ocasião do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (PROER) em 1995 – quem não se lembra? - e vira e mexe são socorridos pelo Governo. Até quando?

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