Povo Iporaense pode estar tomando água contaminada por agrotóxicos |
Margens do Santo Antônio Nesta manhã de quinta-feira, 22, moradores e ex-pescadores da região do Jacinópolis e Santo Antônio, preocupados com uso de agrotóxicos numa lavoura de soja às margens do Rio Santo Antônio, distante de Iporá 13 quilômetros, de propriedade de Gilberto Pena, relataram à Reportagem do Jornal OG e ao Vereador Valdeci Lima, que os peixes (Lambari e Traíra) do Ribeirão Santo Antônio estão morrendo. Isto constitui em indicador de que os agrotóxicos usados na referida lavoura estariam poluindo e contaminando as águas do Rio Santo Antônio que é o rio que abastece as residências de toda a cidade de Iporá. Margens do Rio Santo Antônio entre a lavoura de soja. Ao fundo várias grotas funcionam como captadoras de águas que desaguam no riacho. Relata um senhor que possui o hábito de pescar no ribeirão que, antes, no Rio Santo Antônio, existiam peixes. Pegava-se Traíras e Lambaris e que agora não se pega mais nada. Outro senhor que também não quis se identificar disse que, em 50 metros era normal pescar até 50 lambaris e que hoje pesca-se cinco ou seis no mesmo intervalo,quando consegue o pescado. E que a causa para a o desaparecimento dos peixes no rio se deve à contaminação das águas por agrotóxicos provenientes da referida lavoura de soja. Como demonstra a foto, às margens do Rio Santo Antônio, onde está estabelecida a lavoura, possui vários declives o que facilita o escoamento dos venenos para o leito do rio. E ainda, existem 5 a 6 grotas acima que estão ligadas ao rio, que também formam cada uma seus respectivos declives e passam todas no interior da lavoura. De maneira que, estas atuam como captadoras de água, que possivelmente poluída, caem dentro do Rio Santo Antônio. Isto sem levar em consideração que o proprietário da lavoura, conhecido na região por Gilberto Pena, rebaixou todas as curvas de níveis para melhor aproveitamento e produtividade. As curvas de níveis evitariam que a água escoasse livremente para o leito do rio, formando anteparos a fim de evitar o assoreamento e uma possível contaminação. O Vereador Valdeci Lima disse que vai denunciar o problema até mesmo no MP Federal O Vereador Valdeci Lima, que esteve no local e está preocupado com esta questão, nos informou que elaborou um documento e que vai denunciar este problema ao Ministério Público o mais rápido possível. Disse ainda, que vai seguir no sentido de promover uma articulação entre a sociedade e órgãos interessados no assunto, no sentido de que se resolva o problema.A população de Iporá pode estar consumindo água com veneno. Produção de soja A produção de soja é inerentemente deletéria, pois trata-se do cultivo que mais utiliza agrotóxicos, desde adubos, fertilizantes a fungicidas, herbicidas, inseticidas aos desfolhantes e dessecantes. No caso, para a produção de 60 alqueires deve se utilizar aproximadamente 1.450 litros de agrotóxicos num período de 90 a 120 dias. E o uso impróprio, senão o uso destes agrotóxicos pode provocar a contaminação do solo, águas, animais e pessoas. Podendo ainda diminuir a bio diversidade seja na forma de morte de peixes como vem acontecendo no Santo Antônio ou por meio da morte de pássaros que são muito afetados por estes agrotóxicos. Sintomas por envenenamento Segundo informações no site da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o envenenamento com agrotóxicos pode se dar de forma aguda ou crônica. Na forma aguda os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos altamente tóxicos. Por pouco tempo pode causar cefaléia, tontura, náusea, vômito, fasciculação muscular, parestesias, desorientação, dificuldade respiratória, coma, morte. Por longo tempo pode causar hemorragias, hiper sensibilidade, teratogênese, morte fetal. A forma crônica caracteriza-se pelo surgimento tardio, após meses ou anos de exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos, acarretando danos irreversíveis como paralisias e o surgimento de câncer. Pode apresentar ainda, na forma moderada, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia, distúrbios neuro-psicológicos. Por longo período de tempo pode apresentar, lesão cerebral irreversível, tumores malignos, atrofia testicular, esterilidade masculina, alterações neuro-comportamentais, neurites periféricas, dermatites de contato, formação de catarata, atrofia do nervo óptico, lesões hepáticas, etc. (João Batista da Silva Oliveira) |
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