quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mais um crime com requintes de crueldades é praticado na pequena e quase pacata, cidade de Aurilândia. Na noite de ontem, por volta das 21 horas, a Polícia Militar foi acionada para registrar um homicídio ocorrido na Vila Maximino. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o corpo da vítima, Benjamin Cardoso dos Santos, 45, dentro de uma cisterna.
Benjamin teria sido alvejado, à queima roupa, por quatro disparos de revólver, calibre 32. Os suspeitos de praticarem o crime seriam três filhos e um genro de Nilda Alves de Andrade Silva, 48, que era amasiada da vítima. Henrique Alves da Silva, 21, foi preso pela Polícia Militar, momentos depois, em uma estrada vicinal, nas proximidades do município de Firminópolis.
Henrique, que estava numa motocicleta e acompanhado do irmão, G. A. S., de 17 anos, confessou ao Sargento Ailton e aos soldados Cleiton, Padilha e Severiano que efetuou quatro disparos contra a vítima e assumiu que jogou o corpo na cisterna. Em seguida os irmãos foram levados para a delegacia de Aurilândia, onde ficaram sob os cuidados do delegado, Dr. Antonio Machado de Azevedo.

De acordo com o delegado, a história não está bem contada, além de uma irmã da dupla e do amásio dela, supostamente identificado por “Vilson”, existe a possibilidade da participação de outras pessoas no caso. A arma do crime ainda não foi encontrada. Aos policiais militares, Henrique disse que havia entregue a arma ao Vilson, depois de se livrar do corpo.


Na versão de Henrique, a motivação do crime seria o fato de Benjamin estar agredindo fisicamente sua mãe. Por isso, ele e os irmãos teriam se revoltado contra o mesmo, tirando-lhe a vida de forma tão cruel. Esta versão foi desmentida pela própria mãe dos suspeitos. “È mentira. Ele não me batia, pelo contrário, ele me amava muito”, disse Nilda, que ainda deu um novo rumo às investigações ao afirmar que eram os próprios filhos, que batiam nela e que naquela noite eles também tentaram matá-la.


“Eles me colocaram na garupa da moto e se não fosse eu pular dela eles teriam me matado também”, disse ela. Nilda e Benjamin trabalhavam juntos em um lixão da cidade e tiravam dali o sustento da família.
Nilda Alves de Andrade Silva
Nilda Alves de Andrade Silva


Os suspeitos não convenceram o delegado com a versão apresentada. Segundo Antonio Machado, levantamentos preliminares indicam que a real motivação do crime seria uma propriedade rural de Nilda, no tamanho de um alqueire de terras. O terreno, de acordo com o delegado, tem sido pivô de desentendimentos entre Nilda, os filhos, o genro e um ex-marido. Todos estariam pressionando ela a vender o imóvel.


Henrique e Aparecida estão presos na delegacia de Aurilândia e deverão ser autuados em flagrante pelo crime de homicídio qualificado. O adolescente, que também está recolhido na mesma delegacia, será autuado com base no Estatuto da Criança e do Adolescente. Se condenado pela participação no crime, ele ficará pouco tempo privado de liberdade, uma vez que falta pouco mais de um ano para ele completar maior idade.


Os outros suspeitos de envolvimento no caso estão sendo procurados pela polícia e, de acordo com o delegado, se eles não se apresentarem espontaneamente, ele irá pedir a prisão preventiva de ambos.


O corpo da vítima foi recolhido pelo IML de Iporá e, como sempre, a demora na devolução do mesmo causou revolta indignação nos familiares. Apesar de ter sido inaugurado por duas vezes em São Luís, o órgão ainda não funciona como foi anunciado nos discursos meramente políticos.

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