domingo, 17 de junho de 2012

Desenvolvimento sustentável, por Laerte Braga

Laerte_Braga
É outra quimera vendida pela mídia do mundo inteiro. Não existe desenvolvimento sustentável a partir de conceitos emitidos por agentes de países capitalistas.
As políticas predatórias prevalecem sobre os compromissos assumidos com a preservação do meio-ambiente, a erradicação da pobreza, a saúde como direito fundamental de todos os seres humanos e, no todo, a preservação do planeta para a geração atual e para as gerações futuras.
Entre os dias 13 e 22 de junho a cidade do Rio de Janeiro vai abrigar a RIO + 20, conferência que envolve todos os países membros das Nações Unidas. Vão discutir fórmulas de desenvolvimento sustentável com base em inúmeros documentos sobre o tema, muitos deles produzidos pelo Clube de Roma.
Organização internacional que reúne "notáveis" de todo o mundo como grandes beneméritos e cientistas que se dedicam ao estudo do conjunto de questões que envolvem desenvolvimento, extinção da pobreza, preservação do meio-ambiente, saúde, educação. Há um descompasso, por exemplo, entre os grandes beneméritos e boa parte dos cientistas. A decisão final é de governos.
Milhares de veteranos das guerras do Iraque e do Afeganistão sofrem de doenças incuráveis. O uso de balas de urânio empobrecido pelos norte-americanos e seus aliados da OTAN. Geram danos aos povos atacados e aos próprios militares dos países agressores.
Há cerca de duas semanas veteranos dessas duas guerras devolveram suas medalhas numa reunião da OTAN – Organização do Tratado Atlântico Norte – realizada nos EUA. Mais de 40 militares e ex combatentes se declararam indignados com o que foi feito no Iraque e está sendo feito no Afeganistão.
A capacidade de destruição das grandes potências capitalistas supera a capacidade do planeta de resistir ao processo de exploração indiscriminada de recursos naturais disponíveis em todo o mundo.
As discussões são infindáveis, os conflitos de idéias aparecem com clareza na vocação imperialista das grandes potências e na impotência dos demais países do mundo em conter o monstro capitalista.
O que se constrói na verdade é uma nova Idade Média sombria e desesperadora, onde os castelos são construídos pelos detentores de tecnologias de predação destruição e a periferia a reboque. E no entorno desse poder de milhares de ogivas nucleares, armas químicas e biológicas, destruição da agricultura em países como o Brasil na inconsequência dos agrotóxicos e transgênicos, o pano de fundo é o regime e sua monstruosa capacidade de destruir.
Uma nova corrida do ouro. Em crise os países capitalistas se voltam para o metal novamente no topo dos bens supervalorizados e giram a roleta das bolsas, onde o ser humano é detalhe. Breve commodities do ar que respiramos.
Há um cinismo deliberado das grandes potências mundiais, Estados Unidos à frente, sobre a questão ambiental, sobre a pobreza, a fome, a saúde e o crescimento populacional, pontos interligados à preservação do planeta e essa conversa fiada de desenvolvimento sustentável dentro da lógica capitalista que é a destruição.
Israel destrói o Oriente Médio. A OTAN supera o cavalo de Átila ("por onde o cavalo de Átila passa não medra grama) e a China trocou o comunismo de Mao e Chou em Lai pelo capitalismo selvagem e montado em trabalho escravo, a cote empresas do mundo inteiro.
Atrás, numa correria desenfreada por alcançar o status de potência países como o Brasil, a Índia, a África do Sul, na tentativa de abocanhar um naco disso que chamam progresso, na perspectiva de se transformarem em moradores dos castelos capitalistas, sem perceber que estão indo abismo abaixo num futuro já previsto por cientistas e historiadores.
Fernando Henrique Cardoso e o rei da Espanha são beneméritos do Clube de Roma. Um entregou o subsolo brasileiro a empresas como a VALE, outro adora caçar búfalos e elefantes seja na Suíça – em campos de caça para milionários – ou na África, em meio a fome e a doenças.
Desenvolvimento sustentável, como concebido e conceituado, é um eufemismo hipócrita do capitalismo para fazer crer que se o cidadão comum não jogar bingas de cigarro nas ruas, ou papéis de bala, mas sim em cestos adequados até para a reciclagem, o mundo estará salvo.
A cada um segundo suas necessidades, de cada um segundo suas possibilidades. É um conceito marxista. A transformação da natureza em benefício do ser humano e nos limites das necessidades fundamentais de sobrevivência em bases dignas, humanas, acima de tudo de coexistência.
"Expulsem já". Foi a palavra de ordem de milhares de manifestantes israelenses em várias cidades do país, referindo-se aos imigrantes negros. Aprenderam com Hitler, construíram um muro que os separa de palestinos e torna ocupações ilegais em territórios conquistados na presunção da superioridade bíblica. Que, no fundo, disfarça o caráter nazi/sionista de colonizadores cruéis e sanguinários.
Átila vem em forma de drones. Aviões não tripulados, mas que semeiam destruição.
O jornalista Paulo Francis costumava dizer que é natural que jovens pilotos norte-americanos bombardeiem áreas de população civil sem o menor escrúpulo. Crescem matando em jogos de vídeo os monstros que ameaçam destruir a civilização hipócrita e moralista de seu país e a bordo de tétricas armas de destruição que voam sobre países ricos em recursos naturais (o que querem de fato os ricos em armas) não hesitam, não enxergam os seres cá embaixo, mas a telinha verde dos computadores que determinam os alvos.
São criados como boçais e boçais o são.
Governos de grandes nações do mundo ameaçam não comparecer à RIO + 20. Não querem aceitar as críticas e tampouco subscrever documentos que possam colocar em risco seus projetos de domínio do mundo. Se os recursos transformados em bombas despejadas sobre o Iraque, o Afeganistão, a Líbia e agora a Síria, fossem despejados na África faminta, a fome teria sido eliminada.
Na programação da RIO + 20 existe um momento dedicado ao contato com a sociedade, em tese, com os trabalhadores que gravitam em torno dos senhores e por eles são explorados. Uma espécie de convescote com biscoitinhos, chá e café, sucos, voltado para ouvir os que carregam o peso do capitalismo. E por ele são subjugados. A farsa dos barões.
Não existe desenvolvimento sustentável como concebem as nações do mundo capitalista. Existem sim, exercícios hipócritas em torno de um tema fundamental para a espécie humana, onde o que menos vale é essa espécie.
São comuns os filmes produzidos por Hollywood sobre monstros horrendos que atacam New York e os "bravos" militares norte-americanos salvam o mundo. É a cultura do medo, os "monstros" somos nós, os humanos que não compartilhamos a idéia destruidora e bárbara do capitalismo.
São frequentes as defesas dos valores morais do cristianismo na versão capitalista, mas é definitiva a frase de Marilyn Monroe, um dos ícones dos EUA – "agora que cheguei ao topo não preciso mais chupar nenhum dono de estúdio ou diretor".
Francis chamava isso de blow job – trabalho de sopro –. Na prática as preocupações ambientais dos EUA e seus aliados europeus e Israel se voltam para que o mundo caia de joelhos diante da estupidez capitalista na quimera do desenvolvimento sustentável observados os parâmetros "salvadores" do capitalismo.
O ser humano é detalhe.
O papel de governos livres de várias partes do mundo é o denunciar todo esse aparato capitalista, disfarçado em boas intenções que sempre significam destruição e terror. O Rio vem a propósito. Países da América Latina são vítimas dessas políticas terroristas de norte-americanos e seus aliados, um complexo terrorista com capa de humanitário.
E por isso estarão aqui lutadores como Chávez, Ahmadinejad, Evo Morales, Raul Castro e outros.

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