Desenvolvimento sustentável, por Laerte Braga
É
outra quimera vendida pela mídia do mundo inteiro. Não existe
desenvolvimento sustentável a partir de conceitos emitidos por agentes
de países capitalistas.
As
políticas predatórias prevalecem sobre os compromissos assumidos com a
preservação do meio-ambiente, a erradicação da pobreza, a saúde como
direito fundamental de todos os seres humanos e, no todo, a preservação
do planeta para a geração atual e para as gerações futuras.
Entre
os dias 13 e 22 de junho a cidade do Rio de Janeiro vai abrigar a RIO +
20, conferência que envolve todos os países membros das Nações Unidas.
Vão discutir fórmulas de desenvolvimento sustentável com base em
inúmeros documentos sobre o tema, muitos deles produzidos pelo Clube de
Roma.
Organização
internacional que reúne "notáveis" de todo o mundo como grandes
beneméritos e cientistas que se dedicam ao estudo do conjunto de
questões que envolvem desenvolvimento, extinção da pobreza, preservação
do meio-ambiente, saúde, educação. Há um descompasso, por exemplo, entre
os grandes beneméritos e boa parte dos cientistas. A decisão final é de
governos.
Milhares
de veteranos das guerras do Iraque e do Afeganistão sofrem de doenças
incuráveis. O uso de balas de urânio empobrecido pelos norte-americanos e
seus aliados da OTAN. Geram danos aos povos atacados e aos próprios
militares dos países agressores.
Há
cerca de duas semanas veteranos dessas duas guerras devolveram suas
medalhas numa reunião da OTAN – Organização do Tratado Atlântico Norte –
realizada nos EUA. Mais de 40 militares e ex combatentes se declararam
indignados com o que foi feito no Iraque e está sendo feito no
Afeganistão.
A
capacidade de destruição das grandes potências capitalistas supera a
capacidade do planeta de resistir ao processo de exploração
indiscriminada de recursos naturais disponíveis em todo o mundo.
As
discussões são infindáveis, os conflitos de idéias aparecem com clareza
na vocação imperialista das grandes potências e na impotência dos
demais países do mundo em conter o monstro capitalista.
O
que se constrói na verdade é uma nova Idade Média sombria e
desesperadora, onde os castelos são construídos pelos detentores de
tecnologias de predação destruição e a periferia a reboque. E no entorno
desse poder de milhares de ogivas nucleares, armas químicas e
biológicas, destruição da agricultura em países como o Brasil na
inconsequência dos agrotóxicos e transgênicos, o pano de fundo é o
regime e sua monstruosa capacidade de destruir.
Uma
nova corrida do ouro. Em crise os países capitalistas se voltam para o
metal novamente no topo dos bens supervalorizados e giram a roleta das
bolsas, onde o ser humano é detalhe. Breve commodities do ar que
respiramos.
Há
um cinismo deliberado das grandes potências mundiais, Estados Unidos à
frente, sobre a questão ambiental, sobre a pobreza, a fome, a saúde e o
crescimento populacional, pontos interligados à preservação do planeta e
essa conversa fiada de desenvolvimento sustentável dentro da lógica
capitalista que é a destruição.
Israel
destrói o Oriente Médio. A OTAN supera o cavalo de Átila ("por onde o
cavalo de Átila passa não medra grama) e a China trocou o comunismo de
Mao e Chou em Lai pelo capitalismo selvagem e montado em trabalho
escravo, a cote empresas do mundo inteiro.
Atrás,
numa correria desenfreada por alcançar o status de potência países como
o Brasil, a Índia, a África do Sul, na tentativa de abocanhar um naco
disso que chamam progresso, na perspectiva de se transformarem em
moradores dos castelos capitalistas, sem perceber que estão indo abismo
abaixo num futuro já previsto por cientistas e historiadores.
Fernando
Henrique Cardoso e o rei da Espanha são beneméritos do Clube de Roma.
Um entregou o subsolo brasileiro a empresas como a VALE, outro adora
caçar búfalos e elefantes seja na Suíça – em campos de caça para
milionários – ou na África, em meio a fome e a doenças.
Desenvolvimento
sustentável, como concebido e conceituado, é um eufemismo hipócrita do
capitalismo para fazer crer que se o cidadão comum não jogar bingas de
cigarro nas ruas, ou papéis de bala, mas sim em cestos adequados até
para a reciclagem, o mundo estará salvo.
A
cada um segundo suas necessidades, de cada um segundo suas
possibilidades. É um conceito marxista. A transformação da natureza em
benefício do ser humano e nos limites das necessidades fundamentais de
sobrevivência em bases dignas, humanas, acima de tudo de coexistência.
"Expulsem
já". Foi a palavra de ordem de milhares de manifestantes israelenses em
várias cidades do país, referindo-se aos imigrantes negros. Aprenderam
com Hitler, construíram um muro que os separa de palestinos e torna
ocupações ilegais em territórios conquistados na presunção da
superioridade bíblica. Que, no fundo, disfarça o caráter nazi/sionista
de colonizadores cruéis e sanguinários.
Átila vem em forma de drones. Aviões não tripulados, mas que semeiam destruição.
O
jornalista Paulo Francis costumava dizer que é natural que jovens
pilotos norte-americanos bombardeiem áreas de população civil sem o
menor escrúpulo. Crescem matando em jogos de vídeo os monstros que
ameaçam destruir a civilização hipócrita e moralista de seu país e a
bordo de tétricas armas de destruição que voam sobre países ricos em
recursos naturais (o que querem de fato os ricos em armas) não hesitam,
não enxergam os seres cá embaixo, mas a telinha verde dos computadores
que determinam os alvos.
São criados como boçais e boçais o são.
Governos
de grandes nações do mundo ameaçam não comparecer à RIO + 20. Não
querem aceitar as críticas e tampouco subscrever documentos que possam
colocar em risco seus projetos de domínio do mundo. Se os recursos
transformados em bombas despejadas sobre o Iraque, o Afeganistão, a
Líbia e agora a Síria, fossem despejados na África faminta, a fome teria
sido eliminada.
Na
programação da RIO + 20 existe um momento dedicado ao contato com a
sociedade, em tese, com os trabalhadores que gravitam em torno dos
senhores e por eles são explorados. Uma espécie de convescote com
biscoitinhos, chá e café, sucos, voltado para ouvir os que carregam o
peso do capitalismo. E por ele são subjugados. A farsa dos barões.
Não
existe desenvolvimento sustentável como concebem as nações do mundo
capitalista. Existem sim, exercícios hipócritas em torno de um tema
fundamental para a espécie humana, onde o que menos vale é essa espécie.
São
comuns os filmes produzidos por Hollywood sobre monstros horrendos que
atacam New York e os "bravos" militares norte-americanos salvam o mundo.
É a cultura do medo, os "monstros" somos nós, os humanos que não
compartilhamos a idéia destruidora e bárbara do capitalismo.
São
frequentes as defesas dos valores morais do cristianismo na versão
capitalista, mas é definitiva a frase de Marilyn Monroe, um dos ícones
dos EUA – "agora que cheguei ao topo não preciso mais chupar nenhum dono
de estúdio ou diretor".
Francis
chamava isso de blow job – trabalho de sopro –. Na prática as
preocupações ambientais dos EUA e seus aliados europeus e Israel se
voltam para que o mundo caia de joelhos diante da estupidez capitalista
na quimera do desenvolvimento sustentável observados os parâmetros
"salvadores" do capitalismo.
O ser humano é detalhe.
O
papel de governos livres de várias partes do mundo é o denunciar todo
esse aparato capitalista, disfarçado em boas intenções que sempre
significam destruição e terror. O Rio vem a propósito. Países da América
Latina são vítimas dessas políticas terroristas de norte-americanos e
seus aliados, um complexo terrorista com capa de humanitário.
E por isso estarão aqui lutadores como Chávez, Ahmadinejad, Evo Morales, Raul Castro e outros.
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