domingo, 8 de julho de 2012

Prefeito de Bom Jardim afirma que pode ter sido vítima de crime político

O prefeito de Bom Jardim de Goiás, Cleudes Bernades Costa (PSDB), conhecido como Baré, sofreu um atentado sexta-feira, por volta das 19h, quando saía de sua chácara, localizada próximo à cidade. O prefeito, que também é radialista, estava em sua caminhoneta L-200 acompanhado de sua esposa, Eliene Magalhães, e de uma funcionária de sua chácara. Quando parou em uma porteira, já na divisa para entrar na BR-153 e voltar à cidade, foi alvejado com um tiro no ombro disparado por um homem que portava uma espingarda calibre 12. Cleudes passou por cirurgia no Instituto Ortopédico de Goiânia (IOG) na madrugada de sábado e já está no quarto.

A polícia já investiga o crime e ouviu 20 pessoas até ontem à noite. Duas delas fizeram exame para constatar se estavam com resíduos de pólvora nas mãos. Baré acredita que foi vítima de um crime político. Ele e a esposa contaram aos policiais que na manhã do crime foram avisados por um senhor conhecido na cidade que um grupo político ligado a um ex-prefeito teria encomendado um pistoleiro para matá-lo. "Este senhor veio me falar que ouviu três homens comentando que um político teria contratado um homem para me matar. "Não me incomodei. Trabalhei normalmente pela manhã e fui almoçar na casa de um amigo. Continuei meu dia", relata o prefeito Cleudes.

Segundo Baré, o homem estava escondido num buraco e chegou pela lateral da caminhonete, que estava com o vidro fechado. O tiro atingiu seu ombro esquerdo, deixando o úmero em pó, como o próprio prefeito disse. "Tenho sorte de estar vivo. Se tivesse sido atingido um pouco mais acima, não estaria aqui. Quem fez tinha a intenção de me matar", afirmou. Outros estilhaços do tiro ainda o atingiram, um atingiu a sua clavícula, quebrando-a. Outros dois atingiram o pescoço, e outro quebrou uma costela. Um dos estilhaços, no pescoço, ainda está alojado, por estar muito perto da sua traqueia. O prefeito terá que ficar uma semana de repouso no IOG, em Goiânia, esperando ver como será a evolução do seu quadro.

ENTENDA O CASO

Após almoçar na casa de um amigo, Baré pegou sua esposa, Eliene Magalhães, e foram para a chácara. Ao sair de casa, percebeu que uma caminhonete cinza os seguia. Apenas no km 12 da rodovia, a caminhonete os ultrapassou. A chácara fica no km 14.

Baré ficou 40 minutos em sua chácara e quando estava indo embora, o atentado aconteceu. Na caminhoneta estavam Baré, Ecilene e a esposa do caseiro da chácara pertencente ao prefeito. Baré parou o veículo para que a esposa abrisse a porteira. Ecilene desceu e disse que a caminhoneta ficou próxima a um buraco, de onde o atirador surgiu. O prefeito diz ter visto o atirador. "Ele possui aproximadamente 1,60, é gordo, aparenta ter pouco mais de 40 anos e tem o cabelo bem escuro".

"Eu estava abrindo a porteira quando ouvi um barulho muito grande. De repente meu marido começou a gritar e eu corri em direção ao carro. Quando cheguei ainda vi de relance o homem com a arma. Ele estava se preparando para atirar de novo. O Baré gritou que estavam atitrando e a mulher que estava conosco abriu a porta traseira. Eu entrei e saímos em alta velocidade", afirma Eliene.

Cleudes acreditou que na hora havia perdido o braço, tamanha a quantidade de sangue que saía. Tentou fazer com que a sua esposa os levasse para o hospital mais próximo, porém Eliene ficou em estado de choque, e não conseguiu nem ver o suspeito, e nem dirigir o carro. O próprio prefeito dirigiu o carro por cerca de 14 km até o hospital mais próximo. De lá foi levado a Barra do Garças MT, de onde foi transferido para Goiânia.

Uma testemunha afirma ter visto uma caminhoneta com as mesmas características da que seguia o prefeito em uma fazenda posterior à chácara onde ele estava. Ela estava parada, como se aguardasse o atirador para a fuga. Cleudes ainda disse que quando dirigia na estrada, após levar o tiro, também viu a mesma caminhonete, e as duas quase colidiram.

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