quinta-feira, 28 de julho de 2011

Crédito para casa própria cresce 50%, aponta Banco Central.


O aumento nas operações de crédito para a compra da casa própria teve impacto na concessão geral de empréstimos no Brasil, informa o Banco Central (BC). A nota sobre política monetária e operações de crédito do sistema financeiro, divulgada nesta quarta-feira (27), mostra que o volume de empréstimos para aquisição de imóveis cresceu 50% no último ano.
Nesse período, o total emprestado passou de R$ 116,1 bilhões para R$ 167,4 bilhões. O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Tulio Maciel, disse que o crédito habitacional, incluindo imóveis financiados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa Minha Casa, Minha Vida, é a modalidade que “está puxando” os empréstimos para a pessoa física.
Maciel acredita que não haja no Brasil ameaça de bolha de crédito como ocorreu nos Estados Unidos durante o epicentro da crise financeira internacional, deflagrada no final de 2008 e cujos efeitos foram sentidos a partir de 2009. “A participação é muito restrita”. A avaliação é de que os empréstimos continuem crescendo, mas com efeito estatístico menor.
A expectativa de que os empréstimos continuem sendo procurados tem relação com o aumento da massa salarial (empregos gerados e salários pagos), o que também favorece a diminuição da inadimplência. O percentual de aumento da massa salarial, que ficou em 6,7% em março, manteve-se nesse mesmo patamar em maio e, em junho, ficou em 6,3%.
O BC também observou uma tendência de alongamento do pagamento da dívida, o que colabora para a diminuição da inadimplência. O prazo médio de pagamento da dívida, que era 383 dias em dezembro de 2009, fechou em 482 dias no mês passado, para pessoas físicas e pessoas jurídicas. É o caso, por exemplo, de quem tem dívida com cheque especial ou cartão de crédito e quita com um empréstimo mais alongado sob consignação em folha de pagamento ou pelo crédito direto ao consumidor (CDC).

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