quinta-feira, 11 de agosto de 2011


Mercadante afirma que economia brasileira é sólida e será pouco afetada pela crise
Ministro Aloízio Mercadante diz que Brasil tem caixa para suportar a crise internacional. (Foto Jane de Araújo - ag. Senado)

Segundo o ministro, o país tem reservas suficientes para fazer uma boa política cambial


A crise internacional nos mercados da Europa e Estados Unidos ainda não abalou diretamente o Brasil por estarmos preparados para ela, e por possuirmos reservas e mecanismos de defesa, este é o teor do otimismo do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante. “Acho que o Brasil foi muito prudente na sua política econômica e tem todos os instrumentos para enfrentar uma situação de grande adversidade”, diz.
Apesar da vantagem brasileira em relação aos países afetados diretamente pela crise, o ministro Mercadante atenta para o fato de que o Brasil não está isento de riscos. “Nós estamos com uma forte apreciação do câmbio por conta de uma política fiscal e monetária frouxa decorrente da economia americana. Eles não fizeram os ajustes necessários e a moeda padrão internacional está impondo um custo muito elevado a um país como o Brasil. De outro lado, há um excedente de produtos no mundo inteiro invadindo o nosso mercado”, explica.
São muitos os motivos para temer o cenário, mas ainda de acordo com o ministro Mercadante há confiança total em nossa economia interna. “Temos 60% a mais de reservas cambiais do que tínhamos na crise de 2008. Temos o dobro dos depósitos compulsórios do que tínhamos em 2008, portanto, nós temos como prover liquidez e como assegurar o fluxo cambial. Isso é indispensável num cenário de turbulência como este.”, diz.
De acordo com Mercadante a margem de manobra no Brasil é grande, mas nos Estados Unidos, Japão e na União Européia, consideradas as maiores economias do mundo, essa margem é muito pequena. “Esses países estão com as taxas de juros no chão, com um déficit público muito elevado e com uma dívida pública crescente. Ao contrário do Brasil, em que temos espaço para reduzir juros, temos espaço na política fiscal, começamos a tomar medidas corajosas como o programa Brasil Maior, na área de defesa do mercado, de desoneração do Setor Produtivo, aumento do fluxo de financiamento para os investimentos. Então o Brasil está bem preparado”, diz o ministro.

Relembrando a crise de 2008, atravessada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Mercadante comparou: “foi uma crise muito mais aguda, com falência múltipla de bancos, uma necessidade de provimento da liquidez e uma forte recessão. Agora o cenário não é tão intenso do ponto de vista da crise financeira, mas do ponto de vista dos instrumentos de política econômica, há um comprometimento muito maior. Felizmente o Brasil antecipou seu ajuste fiscal e foi prudente na política monetária”, explica.
(Apolos Neto e Gustavo Serrate)

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