terça-feira, 29 de maio de 2012

Senador Demóstenes diz que Gurgel prevaricou

EM DEPOIMENTO NA COMISSÃO DE ÉTICA, SENADOR GOIANO ATIRA CONTRA O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, ROBERTO GURGEL, QUE AGORA SE TORNA UM ALVO DA CPI; "ELE PREVARICOU E, MAIS DIA, MENOS DIA, TERÁ QUE SE EXPLICAR", DISSE DEMÓSTENES TORRES; DECLARAÇÃO FOI DADA EM RESPOSTA A PERGUNTA DO SENADOR FERNANDO COLLOR

247 – O senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) acaba de arrancar uma declaração importante do senador Demóstenes Torres (sem partido/GO). E o alvo foi o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Ele prevaricou", disse, com todas as letras, o senador, em seu depoimento no Conselho de Ética. De acordo com Demóstenes, Gurgel não tomou qualquer providência relacionada às Operações Vegas ou Monte Carlo, da Polícia Federal. "Ele não tomou nenhuma ação, o que houve foi uma inação", afirmou Demóstenes.
A discordância entre Collor e Demóstenes diz respeito à providência que poderia ter sido adotada por Gurgel. Segundo o ex-presidente, Gurgel deveria ter aberto investigação contra Demóstenes. O senador, por sua vez, alega que seria caso de arquivamento. A terceira hipótese seria a abertura de uma "ação controlada", que permitira à Polícia Federal aprofundar as investigações. Gurgel já declarou que sua decisão foi bem-sucedida, porque, ao supostamente sobrestar os procedimentos da Operação Vegas, acabou permitindo que a Operação Monte Carlo avançasse.
Demóstenes, que é promotor de Justiça, foi didático ao explicar o papel de um procurador. Disse que quem exerce essa função não tem autonomia absoluta para decidir o que fazer diante de um eventual crime. O procurador, como fiscal da lei, deve abrir investigação, arquivar ou iniciar a ação controlada. Não há outra hipótese, segundo ele.
Collor também fez perguntas a Demóstenes sobre a ligação entre Carlos Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior. "Sei que o senhor Cachoeira era fonte do senhor Policarpo", disse Demóstenes. "Agora a ética em relação a isso tem que ser verificada."

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