Senador Demóstenes diz que Gurgel prevaricou
EM
DEPOIMENTO NA COMISSÃO DE ÉTICA, SENADOR GOIANO ATIRA CONTRA O
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, ROBERTO GURGEL, QUE AGORA SE TORNA UM
ALVO DA CPI; "ELE PREVARICOU E, MAIS DIA, MENOS DIA, TERÁ QUE SE
EXPLICAR", DISSE DEMÓSTENES TORRES; DECLARAÇÃO FOI DADA EM RESPOSTA A
PERGUNTA DO SENADOR FERNANDO COLLOR
247 – O
senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) acaba de arrancar uma
declaração importante do senador Demóstenes Torres (sem partido/GO). E o
alvo foi o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Ele
prevaricou", disse, com todas as letras, o senador, em seu depoimento no
Conselho de Ética. De acordo com Demóstenes, Gurgel não tomou qualquer
providência relacionada às Operações Vegas ou Monte Carlo, da Polícia
Federal. "Ele não tomou nenhuma ação, o que houve foi uma inação",
afirmou Demóstenes.
A discordância entre Collor e Demóstenes diz respeito à providência que
poderia ter sido adotada por Gurgel. Segundo o ex-presidente, Gurgel
deveria ter aberto investigação contra Demóstenes. O senador, por sua
vez, alega que seria caso de arquivamento. A terceira hipótese seria a
abertura de uma "ação controlada", que permitira à Polícia Federal
aprofundar as investigações. Gurgel já declarou que sua decisão foi
bem-sucedida, porque, ao supostamente sobrestar os procedimentos da
Operação Vegas, acabou permitindo que a Operação Monte Carlo avançasse.
Demóstenes, que é promotor de Justiça, foi didático ao explicar o papel
de um procurador. Disse que quem exerce essa função não tem autonomia
absoluta para decidir o que fazer diante de um eventual crime. O
procurador, como fiscal da lei, deve abrir investigação, arquivar ou
iniciar a ação controlada. Não há outra hipótese, segundo ele.
Collor também fez perguntas a Demóstenes sobre a ligação entre Carlos
Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior. "Sei que o senhor Cachoeira
era fonte do senhor Policarpo", disse Demóstenes. "Agora a ética em
relação a isso tem que ser verificada."
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