Ocultação de ficha suja leva promotor a pedir impugnação de José Serra
A
candidatura tucana de José Serra (PSDB) tentou "dar a volta" na justiça
eleitoral e dar um jeitinho de contornar a lei da Ficha Limpa, segundo
apurou o promotor Roberto Senise Lisboa, do Ministério Público Eleitoral
de São Paulo (MPE). O tucano ocultou certidões sobre em que pé anda
dois processos criminais em que ele é réu na 8ª Vara Criminal e na 21ª
Vara Criminal da capital, além de quatro processos relativos a acidente
de trabalho. "Ele tem que esclarecer como estão esses processos, para
sabermos se ele foi condenado ou se ainda se encontram em fase de
julgamento", disse o promotor. Se Serra já foi condenado em órgão
colegiado, ele não poderá ser candidato devido a ficha suja. Na eleição
de 2010 ele foi o candidato com a ficha mais encardida: tinha 17
processos (confira aqui). O tucano tem 5 dias para apresentar sua folha
corrida ao MPE, sem esconder nada. Após o prazo, a promotoria vai tomar
as providências cabíveis, que pode ser confirmar a impugnação. A decisão
final caberá ao juiz eleitoral, que decidirá sobre as impugnações até 5
de agosto. Outros candidatos também são alvo de pedido de impugnação e
terão que regularizar sua situação. Anaí Caproni (PCO) não apresentou
certidões criminais, prova de desincompatibilização e programa de
governo, Ana Luiza (PSTU) e Levy Fidelix (PRTB), por falta de certidões
criminais, e Carlos Giannazzi (PSOL) não entregou programa de governo (o
que pode ser apenas uma minuta ou carta de intenções). Em situação mais
delicada está Celso Russomanno (PRB). Ele teria que pagar uma multa
eleitoral no valor de R$ 5 mil até o dia 5 julho, mas só pagou no dia
12. Segundo o promotor, ao perder o prazo, a lei impede que ele se
candidate neste ano. Mas neste caso, parece haver rigor exagerado, pois
trata-se apenas de erro formal.
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