quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dilma saúda “margaridas guerreiras”, anuncia conquistas e encerra marcha

                      



No compasso da música que embalou as campanhas de Lula à presidência desde 1989, mais de dez mil participantes da IV Marcha das Margaridas receberam ontem a primeira mulher a governar o Brasil: “Olê, Olê, olê, olá... Dilma, Dilma!”.
Antes de iniciar seu discurso, repetindo um gesto comum do seu antecessor, Dilma pôs o chapéu de palha, símbolo das “margaridas guerreiras” – como ela própria chamou – “em marcha por igualdade, liberdade e justiça”, palavra de ordem convertida em mantra do evento, que reuniu cerca de 70 mil mulheres e homens das 27 unidades federativas e de sete países da América Latina.
Em sua fala, Dilma fez questão de enunciar vários itens – do caderno com 158 pautas apresentado pela Contag e parceiras da Marcha – já acatados pelo governo, relacionados, sobretudo, à saúde das mulheres do campo. E enfatizou a continuidade do diálogo como grande trunfo do evento.
“Muitas demandas foram acatadas e sobre outras vamos continuar a conversa. O principal resultado desta marcha é a continuidade do diálogo respeitoso e companheiro entre vocês e o governo, iniciado pelo presidente Lula”, disse a presidenta.
Dilma também anunciou que foi criado um grupo interministerial para se reunir com as entidades da Marcha das Margaridas e acompanhar a implementação dos compromissos já assumidos pelo governo e negociar as outras demandas do movimento. O grupo se reunirá semestralmente e o primeiro encontro ocorrerá em outubro.
Antes da presidenta Dilma, a ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ressaltaram a importância da manifestação. A deputada Erika Kokay (PT-DF), que participou da marcha, ressaltou a beleza diferenciada do evento. “Isso demonstra que as mulheres têm fome de pão, de terra, mas também de beleza, pois ela possui uma estética diferente, uma estética da vida, de defesa da vida”, observou a deputada.
Na tribuna – Petistas de vários estados saudaram a Marcha na tribuna da Câmara. Entre outros assuntos, Valmir Assunção (PT-BA) e Domingos Dutra (PT-MA) chamaram a atenção para a PEC 438/01, que expropria terras onde for identificado o uso de mão de obra escrava, proposta que consta na pauta das margaridas.
O deputado José Guimarães (PT-CE) destacou a importância da agricultura familiar, “uma das vertentes que tem sustentado o crescimento da economia brasileira, particularmente no Nordeste”. O deputado Padre Ton (PT-RO) informou que o cineasta Silvio Tendler está produzindo um filme sobre as mulheres do campo. “A ideia é acompanhar a vida de mulheres nas cinco regiões do País, seu cotidiano e atuação sindical, até a chegada a Brasília, para a maior mobilização de trabalhadoras rurais da América Latina”, noticiou o deputado.

Agência Informes

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